ranzinza

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

R E P R O V A Ç Ã O







Meu descontrole é o ensaio da tragédia
Eu planejei, mas pelo jeito não muito bem
Meu público presencia uma comédia
Eu percorro esses trilhos sem ser um trem
Eu te perco de vista
Por entre meus dedos
Reprovação
Parada na porta você repete:
Não, não e não.
Simples, eu também tenho fome
Perco nos dados, descruzo meus dedos
Somos daqueles que tropeçam sozinhos
Desenham sorrisos, vendem ilusões
Somos aqueles misteriosos negativos
Virtuosos e ingênuos, figurantes
Merecedores de poucas palmas
Sedutores iniciantes
Bochechas vermelhas, tragos ásperos
Pancadas solitárias, sonhos ordinários
Sol atrás de sol
Conhecemos nosso destino
Com graxa debaixo das unhas
Traga a fumaça o pulmão
Eu sou só um menino.

domingo, 16 de maio de 2010

Eu sempre caio no silêncio.




Geralmente, eu caio no silêncio, sem mais, sem menos, sem desmerecer o que eu vejo ou o que eu passo, sem desmerecer o próprio silêncio; esse não é um poema (poesia ou qualquer coisa) de resignação, mas eu sempre caio no silêncio.


Em nenhum outro lugar fui tão honesto e me ví tão de perto quanto aquí, no silêncio. A música ou o rosto que eu quiser lembrar, nada distrai a minha memória. Esses dias andam me despejando no silêncio, me fazendo relfetir e logo escrever, escrevo sem ambição, escrevo quieto, sobre o silêncio.


Próximo do desmaio, eu me desequilibro mas não caio, não estou canssado e só aquí eu vejo todos os papéis que eu assumo enquanto distraído, só aquí eu vejo que mesmo sem saber de fato quem somos, sempre temos um conselho engatilhado. Aquí eu mergulho na angústia, aquí eu existo, aquí aparecem meus sintomas de vida, vermelhidão e respiração ofegante, é aquí que eu me desdomino e me perco, procuro no dicionário o significado da palavra 'pecado', então 'traição', procuro na parede um furo, no espelho, no meu 'metaolhar', no meu 'metasilêncio', eu procuro mais significados, e na minha pesquisa, encontro muitos 'metasignificados'.


Aquí, no silêncio, eu desmonto meu cubo mágico, levanto da cama tão rápido o quanto sento, aquí no silêncio, a música é uma cirurgia, e assim como a vida, o silêncio é quebrado da maneira mais inimaginável, no momento mais simples.