ranzinza

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domingo, 11 de setembro de 2011

Algumas linhas sobre a felicidade





Meus pés e tornozelos têm que ser ágeis, as canelas decididas, os joelhos flexíveis, e as coxas com os fêmures, resistentes, pois acima do meu quadril, que por sua vez têm que ser fiel, vem meu peito, tórax, ou como preferirem, para dar um dos suportes á minha cabeça.




Eu tenho que ser confiante, preciso ser leal, diferir os sentidos das palavras, a minha reflexão á dos espelhos, preciso refletir, aprender, interligar os conhecimentos, criar, sorrir na angustia quando a situação for formal, separar a sociedade por camadas como uma cebola e lidar com as mazelas, no fim acabo me simplificando, me olhando como um computador, descentralizando meu sentimento para o coração, já que computador ainda não tem sentimento nem coração, atribuo um ao outro em mim (1+1=2), ainda tenho que tentar acreditar que o formato desse órgão que pulsa agora nuns oitenta batimentos por minuto dentro de mim, tem o mesmo formato das almofadinhas que temos que comprar nos dias dos namorados, escritas “I love you”, além de me vacinar contra os inúmeros tipos possíveis de vírus, eu preciso saber o que são todos os impostos que descontam na minha folha de pagamento, limpar o que o meu cachorro faz pelos cantos da casa, e ainda dar um nome carinhoso pra ele e decorar de seis em seis meses um punhado de novos nomes de alunos das mais variadas aparências. Assim como de manhã tenho que jogar as colheres de café no coador, sem tempo para escrever o que penso, nem sempre quando acabo o dia sem voz e quase sem mais nervos nos braços ou no cérebro, posso beijar a menina que eu amo. Às vezes sim. Às vezes não.


Tudo embaixo dos meus pés corre, tudo na frente do meu nariz morre, e esse sufoco de um, que é o sufoco de todos, trouxe das guerras e apedrejamentos esse combinado de conceitos que eu preciso assimilar para poder ser digno, e com sorte, feliz.