ranzinza

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nós comemos leões


(Escreve-se na fome)





Somos raquíticos caçadores de leões nada robustos como os do cinema, suas peles e ossos fazem da sua selvageria, violência, da elegância, cólera, e as vacinas com que os picaram na infância, fizeram dos felinos, reis das selvas, epiléticos; nós, raquíticos, porém não ainda ranzinzas, pisamos fino de sola batida e jeans amalgamado de sol, nas suas colas, a espreita fez das nossas vidas silêncio... A caça vara a noite num jogo que não termina, se joga.

Naja nenhuma á de saber do veneno que a fome incita no homem, e pobres são esses leões banguelas de baba grossa, que não cercam nenhum de seus mal tratores, pois apesar de frágeis, sua lisura é de tirar o chapéu com as duas mãos e assistir em silêncio o espetáculo da fome.

Dinheiro nenhum á de reanimar as costelas desajeitadas nos caixões que recheiam os túmulos, tampouco o sono dos filhotes vai deixar de ser um perigo enquanto só o feijão não nos alimentar; cem anos de podridão não deram virtudes a nenhuma família, seja da Colômbia, ou sua prima, Bélgica.