ranzinza

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segunda-feira, 29 de março de 2010

É fácil se esconder em terra de cegos.

Crie, quebre, reconstrua, leia, escute, analíse, modifique, critique, coloque o nariz no soco, lave o rosto, amarre os cadarços e vá embora. Respeite seus gestos mais singulares, sinta a pulsação do seu corpo por uns 28 segundos e então, olhe ao redor com atenção, em silêncio, você sabe a origem de cada uma dessas coisas que verá, eu sei.
Você não é pouca coisa, é o que sente, e as vezes até se esquece que sente, se esquece então que existe, morre vivo. É fácil se esconder nessa terra de cegos, nesse lugar feio e previsível, assim como é fácil ficar aquí criticando, mas coloco na ponta do meu nariz o alvo que você precisa, um pensamento em partes óbvio, mas em partes grandioso: você precisa ser, pois logo não poderá mais tentar, muito logo. Me critique, me destrua, mas não fique parado, enquanto pode se mexer, se mexa enquanto pode sentir, sinta enquanto me critica, enquanto respira. É fácil simplesmente ler, passivamente, sem se prontificar, ser cutucado e ficar quieto, fechar a cara e se tornar um feio.
Desde o corte do cordão umbilical, conforme aprendemos a linguagem humana, nos calamos, nos refinamos, decaímos, mas é possível se recolocar elegantemente, se relevantar, quero ver você ir contra o mundo, escrever, se expressar, ser alguém, ser criticado sem se sentir humilhado, isso não é pouco, desbravará novos dias, novos tudos, novos você em você, eu sei que você precisa.
Entende o que eu digo quando digo que é fácil se esconder numa terra de cegos? É fácil se esquivar dos golpes e simplesmente desaparecer.

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