ranzinza

ranzinza

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

NOTA SOBRE O TAMANHO DAS COISAS

Vivendo enclausurados em nós mesmos esquecemos o nosso tamanho, mas somos lembrados dele quando temos a oportunidade de observar o horizonte amplo ruborizado antes da tempestade, a tempestade, ou as estrelas em uma noite limpa. Esse esquecimento é um vácuo que constantemente nutrimos sem saber, mas que porventura se desfaz e a verdade então assusta. Digo "a verdade" porque não somos senão parte da natureza e do espaço e as vezes temos que perceber isso.
Mas somos covardes, diante do mar ou dos grand canyons, e inversamente covardes diante de organismos igualmente vivos mas menores em seus tamahos: aranhas, vespas, porcos e frangos. Há um mistério no tratamento aos cachorros e gatos e a divisão destes de acordo com nossos pontos de vista também.
Nós não somos senão contraditórios, sozinhos e simbólicos. Isso é difícil de aceitar. Manipulamos o tamanho das coisas para poder aceitar isso mais facilmente. Manipulamos o tamanho do nosso coração e do compromisso de uns com os outros, isso em corrente social nos faz esquecer que somos sozinhos.
O mundo não vai acabar. Só as pessoas vão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário