ranzinza

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domingo, 14 de maio de 2023

14/05/23 - dia das mães. Meu irmão é um otário bolsonarista.

Indo na rua XV, comíssio do Lula pouco antes do 1º turno

Algum momento de Novembro, acho que é a praça da Inglaterra, atrás do pátio Batel

 Para mim é inadmissível que Bolsonaro tenha eleitores, mas pior do que isso, ele tem seguidores, admiradores, fãs, esse cara fundou uma seita no Brasil. E de acordo com meus cálculos é cerca de um terço da população brasileira que vota nele. Dentro deste terço de imbecis está o meu irmão, com quem não troco palavra desde o começo das eleições. 

A situação era crítica, anos pré bolsonaro e anos do seu mandato foram infernais, um pesadelo, onde absurdos estavam sendo normalizados, a energia do nosso raciocínio era tomado constantemente por polêmicas das mais escrotas, o Estado e as pessoas estavam cooptados por uma prática que penetrava o cotidiano, um modus fascista. Que sobretudo cansava a todos, os jornais, as redes sociais, a rua, as conversas, estavam tomados por negacionismo, falas preconceituosas, debates sobre sexualidade infantil e toda uma miríade baixa, eu chamo de debate infrahumano.   

As eleições eram nossa esperança, se Bolsonaro se reelegesse depois de tudo, estava engatilhado um Estado autoritário no Brasil. Pessoas da minha classe estariam bastante mal. Então reativei meu facebook, conversei com o máximo de pessoas possível, fui pra rua, expliquei o quanto pude aos meus alunos, enfim, fiz tudo o que estava ao meu alcance para conseguir cada votinho para o Lula. E nesse percurso ganhei inimigos na chernobyl que é o facebook, entre eles meu irmão, que provavelmente se ofendeu com um texto que escrevi lá com o título "Burros" (kkk) que faço uma análise do pensamento e quem vota no bolsonaro. Entre idas e vidas dessa palhaçada no facebook, na noite que Lula foi finalmente campeão no segundo turno, quando os bolsonaristas estavam postando fotinho de "luto pelo Brasil" (meu deus do céu que negócio mais brega) eu repostei algo que não estava com dó porque não sou coveiro (parodiando bolsonaro na pandemia) e uma tia de ampére, "tia" Ivone comentou "vc não é coveiro mas fede bosta". Sobretudo achei engraçado e comentei "Volta pro mar oferenda". Rolou todo um debate aí nesse palco, porque por algum motivo eu tenho um certo engajamento interessante no facebook, mas o único like que ela recebeu no comentário era do meu irmão. Nisso ficou claro pra mim o ódio que ele estava sentindo de mim. Ele postou um textinho bem limitado também sobre ratos, falando de eleitores do Lula. 

Já faz seis meses que Lula se elegeu e por mim todo mundo que apoiou Bolsonaro é o mínimo do mínimo. Não preciso e não quero essas presenças na minha vida. Meu irmão particularmente sempre foi um covarde, sua trajetória é covarde. Ele é um fraco obediente, sem tino para a intelectualidade e para a vida. É um sujeito guiado pela matemática, mais exclusivamente pela matemática financeira. Acho que quase todos os bolsonaristas são isso. Se sinto saudades do meu irmão: não. Talvez eu sinta falta de uma ideia que eu tinha dele, ou quem sabe eu sinta falta de quem ele era antes do Bolsonarismo. Hoje sinto pena e quero distância. É como se ele fosse um zumbi político sequestrado por uma ideia frouxa de patriotismo, facilmente superado por qualquer IA (autalmente o chatgpt).

O pior pra mim é que Rodrigo não responde a nossa mãe no wpp. Ela manda bom dia, fala que ama, mendiga atenção e ele raramente responde. Atitude extremamente covarde. Hoje é dia das mães e ele mandou um "Feliz dia das mães e um emoji de uma rosa" ela agradeceu e falou que ama ele e ele não disse nada. Fraco. Fraquinho demais. Um homem adulto e gordo orgulhoso de acordar cedo e bater as metas da empresa e ter um salário regular. Acho inclusive que está virando evangélico kkkk, maior sinal de fraqueza de uma pessoa. 

PS: a primeira pesquisa presidencial no começo do ano passado dava lula 49% e bolsonaro 23%, e aí criou-se uma expectativa enorme sobre o fim do bolsonarismo, por certo tempo o horizonte era de vitória do Lula no primeiro turno. Mas Bolsonaro cresceu paulatinamente e quando do resultado do primeiro turno não deu Lula e as primeiras pesquisas de segundo turno deram um Bolsonaro com 46% e Lula 48%, eu fiquei muito angustiado. Foi o pior momento do meu ano passado. Tive medo real e passei todo o mês de novembro ansioso. Na noite do segundo turno eu chorei, escondido, mas chorei. A gente conseguiu tirar esse verme da presidência. O Brasil dói, é complexo, mas é um bom lugar. 

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