ranzinza

ranzinza

domingo, 16 de maio de 2010

Eu sempre caio no silêncio.




Geralmente, eu caio no silêncio, sem mais, sem menos, sem desmerecer o que eu vejo ou o que eu passo, sem desmerecer o próprio silêncio; esse não é um poema (poesia ou qualquer coisa) de resignação, mas eu sempre caio no silêncio.


Em nenhum outro lugar fui tão honesto e me ví tão de perto quanto aquí, no silêncio. A música ou o rosto que eu quiser lembrar, nada distrai a minha memória. Esses dias andam me despejando no silêncio, me fazendo relfetir e logo escrever, escrevo sem ambição, escrevo quieto, sobre o silêncio.


Próximo do desmaio, eu me desequilibro mas não caio, não estou canssado e só aquí eu vejo todos os papéis que eu assumo enquanto distraído, só aquí eu vejo que mesmo sem saber de fato quem somos, sempre temos um conselho engatilhado. Aquí eu mergulho na angústia, aquí eu existo, aquí aparecem meus sintomas de vida, vermelhidão e respiração ofegante, é aquí que eu me desdomino e me perco, procuro no dicionário o significado da palavra 'pecado', então 'traição', procuro na parede um furo, no espelho, no meu 'metaolhar', no meu 'metasilêncio', eu procuro mais significados, e na minha pesquisa, encontro muitos 'metasignificados'.


Aquí, no silêncio, eu desmonto meu cubo mágico, levanto da cama tão rápido o quanto sento, aquí no silêncio, a música é uma cirurgia, e assim como a vida, o silêncio é quebrado da maneira mais inimaginável, no momento mais simples.

Nenhum comentário:

Postar um comentário