ranzinza

ranzinza

segunda-feira, 3 de julho de 2023

CIDADES INVISÍVEIS

Ontem (domingo) a noite, corri 10km em 54'

Nem todo dia faz sol (é óbvio), e eu preciso lidar melhor com isso, tenho ficado bastante desmotivado quando está nublado. 

A chave é não projetar um dia perfeito, mas focar no que deve ser feito. Acho que percebi isso durante uma meditação meio espontânea que fiz outro dia na academia depois de um momento de exaustão: preciso aceitar mais a vida como um processo, um grande meio, o desenvolvimento por si só, não como um fim. Quem sabe com isso eu tenha menos dificuldades para tomar decisões. Com essa visão de que as pequenas coisas não são definitivas, quem sabe eu não sinta tanta derrota caso o dia não esteja ensolarado. 

Hoje é um desses dias. Hoje também é um dia em que sai o resultado do processo seletivo da UTFPR a que me submeti no mês passado, ao qual fui o único candidato inscrito, o que me coloca com uma muito provável aprovação (estou atualizando a página do site constantemente). Hoje também é o primeiro dia de uma semana em que não tenho que estudar para nenhuma prova específica e também não tenho matérias do doutorado para ler, portanto é um dia que resolvi ficar calmo, é um novo dia, um dia para novos dias. 

Embora eu tenha que ler algumas coisas para terminar o trabalho que vou escrever para a disciplina do doutorado*, resolvi baixar o Cidades Invisíveis do Ítalo Calvino para ler, quero fazer uma leitura de prazer sem ter obrigação (embora eu quisesse mesmo era ler o Primeira Pessoa do singular, novo livro de contos do Murakami). 

Então resolvi escrever para registrar que estou bem, não quero retomar esse espaço de registro apenas nos momentos de angústia. Hoje é um bom dia, apesar de coisas que me perturbam** hoje ainda é um dia que estou querendo viver, sem muita aceleração, com boas quantias de contemplação do espaço, flexibilidade do corpo, curiosidade da cabeça.


* Já escrevi cinco páginas em que analiso, comparativamente, como os personagens de Os Ratos, de Dyonélio Machado, e os personagens de Vidas Secas, relacionam-se e modulam-se, conforme os seus espaços. Utilizo uma linguagem da geografia humanística (Milton Santos e Anne Buttimer) para conceituar espaço/lugar e casa/lar e racionalizar a formação dos personagens.       

** Esses dias vi um story do meu irmão no whatsapp batendo um bolo com uma batedetira improvisada em uma furadeira, tive saudades dele. Acho que essa saudade ativou um sentimento de solidão de viver em Curitiba, desde então tenho sonhado com amigos e pessoas próximas, e tenho acordado com saudade e solitário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário