Acho que ando cansado, mas não sei se é bem esse o caso. Uma das coisas que Cidades Invisíveis me acomete é pensar a realidade a partir do que é a fantasia, o impacto da fantasia no bruto. Também tenho meditado bastante nos últimos dias.
Estou pensando que sonhar talvez seja parte do estar acordado. Eu leio, escrevo, penso, medito, vejo vídeos, penso e converso com minha namorada, mas há sempre (ao fundo) uma insatisfação, a qual ao mesmo tempo é o motivo e a consequência dessa imersão nesse mundo do irreal: eu sinto falta de ver as coisas fora da caverna, mas quando as encaro quero voltar para a caverna (busco a linguagem para superar a realidade e me distancio dela, e por me distanciar dela me sinto insatisfeito e volto a busca-la, e quando a vejo quero me distanciar dela).
Não gosto desse processo, ele está me fazendo sofrer, entretanto, estou encontrando um ponto de aceitação da realidade como processo fenomenológico, um entre-lugar, área cinza, entre meus códigos íntimos e o mundo empírico. Estou gostando de pensar que os sonhos tomam a maior parte do meu tempo acordado, e que eles são inúteis, mas que sem eles não há sentido em nada, nem em levar o garfo à boca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário